o que dizer disto


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"(...) Todas as grandes vagas de imigração do século XX ocorreram para países atravessando períodos de acelerado crescimento económico. Ora, os imigrantes de diversas origens que hoje acorrem à Europa fazem-no para economias a passo de caracol. O que atrai os imigrantes não é a escassez de mão-de-obra para alimentar o crescimento, mas a escassez de mão-de-obra para alimentar o famoso Estado Social europeu. Eles são necessários porque os europeus não se reproduzem no número suficiente que garanta a substituição de gerações e a sobrevivência de subsídios de desemprego e pensões de reforma.Os europeus não se reproduzem porque vivem no mundo tardo-adolescente da realização pessoal, do lazer, do divertimento perpétuo e da sexualidade inconsequente. Muitos europeus querem ter carreiras profissionais ambiciosas e bem sucedidas. O que os impede, desde logo, de exercerem certas profissões pouco concordes com as suas expectativas, nas quais, em vez deles, se vêm a alistar os imigrantes. Para a prossecução destas carreiras os filhos são um óbvio estorvo. Outros preferem a perpétua irresponsabilidade do desemprego subsidiado. Afinal há empregos disponíveis, mas porquê desempenhar tarefas desagradáveis quando nos espera um rendimento maior não trabalhando? Uns e outros querem aproveitar as múltiplas oportunidades de lazer que a indústria cultural e do “entertainment” oferecem, projecto que colide com a existência de umas criaturas ranhosas e sem “glamour” a arrastarem-se pelos corredores da casa. Todos querem aproveitar o êxtase da libertação sexual, que entrou no património cultural do Ocidente desde os anos 60. Há que cumprir o prazer do sexo e é possível cumpri-lo sem consequências, graças à contracepção generalizada. E se algo corre mal, resta o aborto, uma prática cada vez mais aceite e aceitável. Quase nenhum opróbrio (antes pelo contrário) recai hoje sobre as identidades homossexuais, as quais também não favorecem o aumento da natalidade. No domínio dos costumes, onde antes existia a hipocrisia reina a afirmação da extravagância, feita de forma muitas vezes brutal (...)".

excerto de "PARTÍCULAS ELEMENTARES" por Luciano Amaral, no Acidental (long-play).


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